30 maio 2011

Onde vou morar?

Semana passada não foi muito agitada...
Pra dizer a verdade, eu não fui a lugar algum, mas em compensação consegui organizar meus estudos e estou, inclusive, bem adiantado em relação às aulas.

Eu esqueci de dizer no meu último post, mas meu dedo já está melhor. Pelo menos, tive a experiência de ir a um hospital aqui do Japão. Não que seja muito diferente do Brasil...
Mas pelo menos já estou podendo caminhar normalmente por aí. É por isso que teve tantas fotos lá no parque ao redor do palácio.

Na semana passada, além de estudar... eu conversei bastante com os professores, com os funcionários da escola (sobre onde eu vou morar a seguir), com a sra. Iino, com os meus colegas de turma e até mesmo (por acaso) com um japonês que sabe espanhol e que vai ao Brasil (com a banda dele) ano que vem.

A sra. Iino e eu tivemos uma discussão séria sobre:
- o que eu esperava de um homestay e o que ela esperava de um brasileiro: eu percebi o quão ingênuo eu fui de me concentrar no Japão e esquecer de estudar mais sobre o meu próprio país, mas fala sério, ela também não contribui com as perguntas, pra que eu vou querer saber a população do Brasil, isso não muda em nada a minha vida e nem a vida dos 190 milhões de brasileiros. E ela não se dá conta do quanto perguntas "como é o clima no Brasil" são complicadas de se explicar, dado o tamanho e a diversidade do Brasil. Eu sempre tinha de dizer, "O Brasil é grande, isso varia de lugar pra lugar, mas nas cidades onde eu morei foram assim, assim e assado...", mas pra ela sempre parecia que eu estava fugindo da pergunta;
- o quanto ela entendeu errado diversas coisas que eu disse, e como ela não conseguia distinguir quando eu estava falando de mim e quando estava falando da maioria dos brasileiros (apesar de eu sempre tentar deixar claro de quem eu estava falando);
- o quanto ela ficou chateada de eu não ser um brasileiro comum (imagine um brasileiro comum... pronto, esse não sou eu, preciso dizer mais?), tudo por culpa dos estudantes mexicanos que ficaram enchendo a cabeça dela com imagens de um brasileiro comum;
- o que eu pretendia fazer sobre o homestay daqui pra frente.

Após resolver diversos mal-entendidos, resolvi me esforçar mais, comecei a estudar um pouco sobre o Brasil (até mesmo eu me interessei em visitar cidades onde eu nunca quis ir, como o Rio de Janeiro), também estou tentando conversar mais com todo mundo e deixar de ser tão tímido.
Mas adivinha, depois dessa conversa séria, aquela pessoa que me incentivou tanto a mudar minha personalidade não iniciou uma conversa decente sequer comigo depois disso. É só "O jantar está pronto!", "Como foi a aula?", "Boa noite!" e a conversa morre aí. E o filho dela nunca me direcionou uma palavra sequer, ele só sabe falar com a própria mãe.

Sinceramente, ter recebido mais de 50 alunos estrangeiros não significa nada se a família que os recebe não aprendeu a conversar com esses alunos. Até mesmo eu conseguiria receber melhor alguém na minha casa (se eu tivesse minha casa própria e se soubesse cozinhar) do que esses dois.
Mas apesar de tudo, estou muito feliz por estar morando com eles. Se por um lado eles não puxam conversa comigo, pelo outro eles me deixam bem à vontade pra estudar. E eles são tão calmos, ficam ali sentados na sala assistindo TV à noite, lembra um pouco minha própria família. Se não tivesse a regra de eu não poder estudar/jogar/mexer no computador na sala, eu provavelmente estaria lá, junto deles agora.
Acho que nesse ponto, morar no H8 é uma maravilha, todo mundo se junta pra estudar, jogar, assistir alguma coisa interessante, etc, tudo muito naturalmente. E se alguém do apartamento acha algo interessante, logo chama os colegas do ap para ver.

Bem, eu resolvi continuar morando aqui até a chegada do próximo estudante, no dia 12/06, mas agora estou tendo de correr atrás de escola, de banco, de caixa eletrônico que aceite meus cartões, vai ser uma correria só esta semana...
Depois do dia 12, vou morar com outra família até o dia da minha volta ao Brasil.

Ah, eu recebi o material novo que a turma usará de agora em diante. É um material excelente, eu gostei muito, e os professores estão dando aulas excelentes com base nesse material. O material de kanji ficou um pouco mais difícil, mas eles segue um padrão que faz tempo que eu queria usar, o mesmo padrão usado no livro Remembering the Kanji, referência em memorização dos kanjis (estou pensando em lê-lo, e em voltar a usar o programa Anki de memorização). Mas melhor do que qualquer método de memorização são as minhas anotações/métodos de estudo pessoais. Voltei a usar o método que eu usava no Poliedro (principalmente nos meus estudos de Português/gramática), está fazendo muito efeito na gramática!

E eu já terminei de ler o mangá "Tamayura", como tinha furigana, foi bem rápido.
Tentei ler algumas páginas do novel "Moshidora", consegui ler o prefácio ignorando alguns kanjis que eu não conhecia, mas da quarta página em diante ficou tão difícil que eu desisti. Primeiro, tenho de estudar mais kanjis para então pegar algo desse nível.

Hoje foi um dia muito legal, então vou colocá-lo em um post separado. Até daqui a pouco!

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